Advogado diz que síndico solicitou documentos sobre obras em prédio

27/01/2012 12:25

O advogado do síndico do edifício Liberdade, o maior dos três prédios que desabaram nesta quarta-feira (25) no Rio de Janeiro, afirmou nesta sexta que seu cliente tomou as medidas necessárias, mas que recebeu apenas parte dos documentos de duas obras que eram realizadas em dois andares no local.“Só sei informar que o sindico tomou as medidas que ele tinha que tomar”, afirmou o advogado Geraldo Beire à "Rádio CBN". Segundo o defensor, o síndico Paulo Renha deve se apresentar para prestar depoimento na delegacia. “Ele só não foi ontem porque está muito abalado”, disse.
Conforme o advogado, duas reformas eram realizadas no prédio, uma no 3º e uma no 9º andar, pela maior empresa do prédio, a TO - Tecnologia Organizacional, que tinha salas nos andares 3, 4, 6, 9, 10 e 14.
Mais cedo, ainda segundo a "Rádio CBN", o advogado da empresa TO, Jorge William, afirmou na delegacia que investiga o caso, que não era feita uma reforma estrutural que pudesse afetar pilastras e vigas de sustentação. Ainda segundo ele, mesmo sendo uma reforma ambiental, foram contratados um engenheiro e um arquiteto.
Alexandro da Silva Fonseca, o operário que entrou no elevador para sobreviver, afirmou a tribuna que ele e outros funcionários das obras derrubaram uma parede que dividia dois banheiros do 9º andar do prédio Liberdade. Alexandro afirma que a parede era de tijolos e diz acreditar que a obra jamais comprometeria a estrutura do prédio.
O advogado do síndico afirma que parte dos documentos exigidos não foi apresentada. ”Quando a empresa iniciou a reforma do 3º andar, o síndico solicitou verbalmente que apresentasse a autorização. Passado uns dias não atenderam, foi feito a sustação por escrito. Depois, apresentaram um laudo, que o síndico vai apresentar à autoridade.”
Segundo ele, o laudo é assinado por um engenheiro afirmando que “estava tudo perfeito”. A ART (anotação de responsabilidade técnica), documento de registro das atividades junto ao Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), não foi apresentado, disse. No início de janeiro, afirma o advogado do síndico, “iniciaram a reforma no 9º andar”. “Ele solicitou a documentação. Logo a seguir, veio essa ocorrência. Ainda não apresentaram”, afirmou Beire.